«JOGO CONTRA O SPORTING MARCOU-ME MUITO. SOUBE BEM GANHAR, FOI UM SENTIMENTO ESPECIAL»
Nome profissional: Luís LealData Nascimento: 29 Maio de 1987 (23 anos)
Naturalidade: Lisboa (Portugal)
Peso: 80 quilos
Altura: 1.75m
Posição: Avançado
Precurso: Arrentela e Sporting (formação), Cova da Piedade, Atlético, Moreirense, Estoril.
Tem dado nas vistas com as suas exibições e com os golos que tem marcado, o último de antologia. É um dos destaques da boa campanha que o Estoril está a fazer. Melhor marcador da Zona Norte da 2.ª Divisão em 2010 e da Zona Sul no ano anterior, sonha representar um clube grande. Quem sabe o Sporting, onde fez a formação.
O Estoril Praia está a atravessar uma boa fase no campeonato, com quatro vitórias e dois empates nos últimos seis jogos e aproximou-se dos lugares cimeiros.Acredita que a subida à Liga ainda é possível no final desta época?
«Sempre acreditei desde o início Temos uma excelente equipa, a melhor da Liga Orangina, pelo menos a que joga melhor futebol. O Estoril acreditou que a subida era possível desde cedo, tivemos uns pequenos problemas e alguns tropeções mas agora estamos melhor. Estamos cada vez mais perto e acreditamos que é possível, agora mais do que nunca».
Depois de ter sido o melhor marcador na 2ª Divisão, zona sul, ao serviço do Atlético e da zona norte ao serviço do Moreirense, continua com o pé quente e o fim de semana passado assinou mais um golo de antologia. Foi aquele que mais lhe agradou ai serviço do Estoril?
«O golo contra o Fátima foi importante. Durante a semana treinamos vários tipos de livres, como o de sábado, e naquele momento senti que a bola era minha, rematei em força, de meia distância e resultou num grande golo. Mas até agora o mais especial com a camisola do Estoril foi em Dezembro, contra o Freamunde - um livre no corredor central, a 20 metros da baliza. Estávamos a perder 1-2 e foi o golo do empate, mas teve um sabor especial, de vitória.»
Foi festejar este último golo no jogo com o Fátima com os adeptos nas bancadas. Dirigiu-se a alguém em especial?
«Sim, fui festejar com os meus familiares e amigos que me apoiam sempre. Nos jogos em casa tenho sempre uma miniclaque, entre pai, mãe, irmãos, sobrinhos, cunhados e amigos, juntam-se sempre mais de dez apoiantes. Nos jogos fora é que é mais complicado, mas sinto que tenho sempre i carinho deles e isso é muito importante para mim»
Espera que as boas exibições e os golos que tem marcado chamem a atenção de outros clubes e o ajudem a dar o salto para a I Liga?
«As coisas estão a correr-me bem a cada jogo que passa mas não sei o futuro. Nem eu nem ninguém...Vamos ver se outros clubes andam atentos. Eu vou continuar a trabalhar para um dia representar um grande em Portugal. Ainda faltam alguns jogos, pode ser que as propostas apareçam naturalmente, mas, por enquanto, o meu objectivo é ajudar o Estoril a subir de Divisão.»
Já foi considerado o melhor em campo em vários jogos do Estoril. Que importância tem isso para si? Motiva-o ainda mais?
«Não me preocupo em ser o melhor em campo, preocupo-me em fazer golos, porque esse é o trabalho de um avançado. Um avançado vive de golos. No entanto, para mim o mais importante, sempre, é ajudar a equipa a somar vitórias.»
Antes de representar o Estoril, jogou no Moreirense e no Atlético. Nota muitas diferenças entre a 2ª Divisão e a Liga Orangina?
«Na Liga Orangina joga-se melhor futebol, mais organizado, mais exigente e em termos de competição é mais dificil para nos afirmarmos. É preciso muito trabalho e muito esforço, mas tenho a sorte de estar a trabalhar com a melhor equipa técnica da minha carreira. Vinícius Eutrópio tem métodos de trabalho inovadores e tem-me ajudado muito a crescer, como jogador e homem.»
Começou a formação no Arrentela e passou para o Sporting, onde esteve até aos 15 anos. Este ano defrontou a sua antiga equipa para a Taça da Liga. Como foi esse reencontro com alguns antigos companheiros? Assaltou-o algum sentimento?
«Foi um jogo que me marcou muito, e admito que houve um sentimento especial. Quando estive nas camadas jovens do Sporting fui colega do Rui Patrício e do Daniel Carriço, entre outros que já não estão lá, foi a primeira vez que joguei contra eles a nível profissional e soube-me muito bem, sobretudo por ter ganho».
Em relação à Selecção, quais são as suas expectativas?
«Se estivesse num clube grande era mais fácil dar nas vistas e ser chamado, mas mesmo no Estoril espero a curto prazo consegui-lo. É um sonho que tenho e sinto que não é impossível de concretizar. Tenho confiança em mim e no meu trabalho e agora que sou português já não há problema. Por isso, tenho cada vez mais esperança de poder representar a nossa Selecção.»
OITO ANOS DE ESPERA PARA SE TORNAR PORTUGUÊS
Luís Leal nasceu em Lisboa, mas como os país são de São Tomé foi essa a nacionalidade com que ficou.
Agora, oito anos depois de ter começado a tratar da papelada, finalmente conseguiu obter a nacionalidade portuguesa, atraso que acredita té-lo prejudicado na sua carreira profissional: «No Sporting, naquela altura, nas camadas jovens só podia jogar um estrangeiro e estava lá também o Zezinando, que era um jogador fora de série, por isso o Sporting teve de optar e eu segui a minha vida. Fui emprestado ao Cova da Piedade.»
O facto de ser são-tomense era um factor que, até então, o excluía como opção para representar Portugal. «Se tivesse obtido nacionalidade portuguesa mais cedo, se clahar até podia ter sido chamado para os escalões mais jovens...», finaliza.
Rita Ferro Baptista
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