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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Estoril, uma nova forma de estar no futebol

Situado na Costa do Sol, uma das zonas mais abastadas e belas do país, e sendo um clube que tem um passado interessante ao nível de presenças no escalão máximo do futebol português, o Estoril Praia, comprado de forma maioritária recentemente pela empresa brasileira Traffic, tenta na actualidade voltar aos patamares cimeiros do futebol nacional através de uma forma pouco usual no nosso país, e que passa pele necessidade dessa empresa em valorizar os seus activos, na maioria brasileiros e norte-americanos, pondo-os a jogar e dando-lhes a visibilidade necessária para os guindarem a patamares mais altos.

Depois de ter sido até antes do advento das SAD um clube liderado até com alguma carolice por, entre outros, Filipe Soares Franco, recente presidente do Sporting CP, e de no início do novo milénio ter sido aposta fracassada de José Veiga, um ex-empresário de sucesso que hoje vive momentos de bem menor fulgor, e posteriormente de João Lagos, um homem que tem tido diversas apostas ganhas no plano desportivo como, entre outros, o Estoril Open e o rali Lisboa-Dakar, hoje a realidade é completamente diferente.

Assim, a Traffic ao comprar a maioria do capital da SAD do Estoril assumiu uma aposta de risco neste clube tentando-o pôr na Liga Sagres, a mais importante do calendário futebolístico português, apostando em jogadores maioritariamente brasileiros e até em Vinicius Eutrópio, igualmente brasileiro e com passado interessante em terras de Vera Cruz. Estranha por pouco usual, esta aposta de risco tem um carácter bipolar no que aos apaniguados da equipa "canarinha" confere.

Se para uns a compra do clube por uma empresa dita o fim do Estoril enquanto clube, para se tornar numa empresa de importação e exportação de jogadores, para outros, menos cépticos, aceitam perfeitamente esta situação e querem ver o clube a voltar a tempos em que os grandes sentiam sempre inúmeras dificuldades para ganhar na Amoreira.

Uma mistura de sentimentos, embora uma certeza. Não é comum em Portugal este tipo de compras, embora cada vez mais este tipo de situações venha a ser uma realidade do desporto-rei. O fim do clube enquanto paixão, o início do clube enquanto empresa.
Sinais dos tempos, com o Estoril a ser pioneiro nesta cambiante. Aguardam-se por desenvolvimentos para aferirmos do sucesso ou insucesso.

Eu como latino e acima de tudo clubista por excelência, sou dos cépticos em relação ao futuro do Estoril numa situação como a que vive na actualidade, embora longe de pôr em causa a credibilidade e a bondade dos responsáveis da Traffic.

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