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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Para o Estoril o futuro começou e só pára na Liga principal

Mário Jorge abre a porta do balneário, estreado pela selecção da Suécia no estágio antes do Euro 2004, e estende o braço em volta para mostrar o "coração" do Estoril Praia, detendo-se depois ao lado da cabina de sauna, jacuzzi, passando pela sala dos árbitros. "São muito poucos os clubes da Liga de Honra com condições semelhantes", diz, com orgulho, o director desportivo da equipa da Linha que, como jogador, fez 16 anos de carreira no Sporting, tantos quantos conta no Estoril em outras funções.

Em vésperas de confronto com o clube pelo qual conquistou dois campeonatos, uma Taça de Portugal e duas Supertaças, não esconde a sua cor verde, ao ponto de, no seu gabinete, entre as fotos do plantel canarinho se descortinar uma cabeça de leão em pose de rugido.

No entanto, face ao confronto de sábado é bem claro. "Neste caso, a minha preferência vai exclusivamente para o Estoril, como é evidente. Não podia ser de outra maneira." Como futebolista, Mário Jorge, que actuou a extremo-esquerdo e lateral, foi um dos jogadores mais jovens da cantera do Sporting a estrear-se na equipa principal. 
Tinha acabado de fazer 18 anos, na época de 1979/80, quando Rodrigues Dias o lançou em campo, a dez minutos do fim de uma partida… com o Estoril Praia, em que o Sporting ganhou 2-0 e conquistou o título no final do campeonato. Curiosamente, viria a terminar a sua carreira de futebolista, em 1994/95, com a camisola amarela, que agora dirige.

Fechado um círculo, Mário Jorge entrou para os quadros de formação do clube, antes de ser convidado para director desportivo. No 2.º lugar da Liga de Honra e a tentar chegar "o mais longe possível" na Taça e Taça da Liga, em que receberá o Rio Ave, quarta-feira, dia 20, o Estoril, que atravessa uma profunda fase de restruturação, "a todos os níveis", tem um objectivo bem delineado. "O regresso à Liga principal está bem presente nos nossos horizontes", lembra o director desportivo, sublinhando que o clube conta com uma "estrutura forte e uma equipa condizente com os objectivos"

Numa Liga de Honra "muito competitiva, com várias equipas com capacidades semelhantes", Mário Jorge acredita ter condições de "colocar o Estoril num patamar superior"

Com a SAD gerida desde o ano passado pela Traffic Sports, uma das maiores empresas de futebol do Brasil, que esta semana adquiriu a maioria do capital à Lagos Sport (ver texto em baixo), o Estoril passou a beneficiar de um suporte sólido no que respeita à gestão do plantel, mas Mário Jorge recusa a ideia de o clube passar a funcionar como um mero "trampolim" de jogadores. "Pelo contrário, aquilo que incutimos nos jogadores é que têm de sentir o clube. Sem isso não há sucesso", diz Mário Jorge, assinalando igualmente que assim como os jogadores brasileiros são colocados em Portugal, também os oito portugueses do plantel do Estoril Praia poderão beneficiar de vantagens semelhantes.