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domingo, 4 de dezembro de 2011

Tradição quebrada com grande injustiça

ALGARVIOS ESTAVAM FORA DA TAÇA MAS PENALTI NO FINAL MUDOU TUDO
Olhanense quebrou a tradição das últimas temporadas e bateu o Estoril numa prova a eliminar. Depois de ter sido afastado pelos canarinhos três vezes na Taça da Liga, a equipa algarvia acabou finalmente com essa maldição, mas só o conseguiu num dramático desempate por grandes penalidades, e o resultado dos primeiros 90 minutos do encontro da Amoreira foi muito injusto.


O Estoril, sem perder desde o jogo de estreia do técnico Marco Silva, no início de outubro, entrou com grande determinação e dominou no primeiro quarto de hora do encontro. Licá (6') e Diogo Amado (13') avisaram Fabiano - entre os dois lances Dady também fez o primeiro remate dos visitantes - e João Coimbra confirmou o bom início com o 1-0. Um grande remate do capitão, após um canto, deixou o Estoril em vantagem.

Pouco depois, Daúto foi obrigado a fazer a primeira substituição (19'), por lesão de Dady, e colocou Djalmir, mas a mudança não levou nada de novo ao ataque dos algarvios. A equipa visitante não criou perigo até aos 35', momento no qual o Olhanense viu um golo anulado (bem) por fora-de-jogo do veterano avançado.

Na 2.ª parte esperava-se maior reação do Olhanense mas pouco se viu. Os algarvios continuaram a jogar com pouco ritmo e os canarinhos facilmente anulavam as suas investidas.
Em três minutos, entre os 77' e os 80', o Estoril criou três lances de golo e só não o fez por boa oposição de Fabiano ou por falta de pontaria dos seus atacantes. Na outra baliza, Vagner também brilhou após cabeceamento de Djalmir (83').

REVIRAVOLTA
A eliminatória parecia resolvida mas um penálti nos descontos - bola no braço de Vitória - mudou tudo. O jogo foi para prolongamento e, no primeiro período, o Estoril voltou à carga. Licá falhou por pouco o 2-1 e, na 2.ª parte, um pontapé fulminante de Yontcha colocou o Olhanense na frente. E aos 120', no último suspiro, Steven Vitória fez o 2-2 de cabeça. 

No desempate, os algarvios foram mais sóbrios e passaram, com 2-4, repetindo assim, com a estrelinha dos campeões, o filme da eliminatória anterior frente ao Alcochetense.

MOMENTO
Dois lances merecem dividir este espaço, os dos remates de João Coimbra e Yontcha: pontapés indefensáveis para 2 golos de levantar as bancadas; momentos de grande inspiração

CASO
O penálti que garantiu a igualdade ao Olhanense, nos descontos: muito contestado pelos locais mas sem razão, pois a bola bateu no braço de Steven Vitória; pareceu sem intenção, mas bateu

NÚMERO
21remates, 10 para o Estoril e 11 para o Olhanense. Uma boa média, que permitiu aos dois guarda-redes, Vagner e Fabiano, provarem, uma vez mais, que são dos melhores em Portugal

ÁRBITRO
Bruno Paixão foi muito contestado pelos adeptos da casa mas sem razão. O juiz de Setúbal teve duas decisões difíceis - o golo anulado e o penálti - e acertou em ambos os lances.

JOÃO COIMBRA INCONFORMADO COM ELIMINAÇÃO
«UMA DERROTA INGLÓRIA»
O plantel estorilista ficou desolado com a eliminação. João Coimbra foi o rosto desse inconformismo, considerando a derrota "inglória e injusta". E explicou: "Fizemos um excelente jogo frente ao Olhanense. Merecíamos mais, pelo grupo que somos e por tudo o que fizemos durante todo o tempo de jogo."

Os canarinhos estiveram até bem perto do fim com a vitória nas mãos, acabando por perdê-la já para lá do minuto 90. O médio, de 25 anos, não soube explicar o que aconteceu naquele momento. "É o futebol. Temos de estar concentrados até ao apito final", sublinhou. No entanto, fez questão de realçar "o espírito que este grupo tem"

Para concluir, João Coimbra garantiu que apesar da eliminação estão "orgulhosos" pelo que fizeram em campo, tendo agora de apontar a mira para outro alvo, a Liga Orangina. "Temos de continuar a trabalhar como até aqui, para conseguirmos alcançar os nossos objetivos", rematou.

Miguel Amaro
Record