«GOSTO DOS DOIS CLUBES E VOU ESTAR DIVIDIDO»
Faz parte da direção do Sindicato de Jogadores, onde trabalha há mais de 20 anos, e toda a sua vida foi dedicada ao futebol.

Chama-se Franque e hoje vai estar particularmente atento ao encontro da Amoreira, pois na sua carreira de jogador profissional Estoril e Atlético foram os dois clubes que representou durante mais tempo.
Festejou subidas de divisão ao escalão principal com ambos os emblemas, jogou na 1ª Divisão nos dois estádios, e guarda as melhores recordações desses tempos. Por isso, amanhã prefere um emapte: "Não consigo torcer mais por um lado do que por outro, estou dividido". Na presente temporada tem seguido as carreiras de alcantrenses e canarinhos. "O Atlético tem uma equipa muito jovem, pouco experiente neste escalão, mas muito organizada e bem orientada", resume o antigo jogador, antes de analisar também a outra equipa: "O Estoril tem bons jogadores e um óptimo conjunto. Já gostava de ver o Marco Silva quando era o defesa direito e acho que o ex-capitão conseguiu organizar muito bem o grupo, nota-se grande união".
OS CRAQUES
Em relação aos jogadores, Franque tem as suas preferências - "No Atlético, tenho gostado muito do Laurinho, da forma como pauta o jogo da equipa a partir do meio-campo. É uma boa surpresa, mas também é estranho que um jogador destes tenha andado sempre nos escalões inferiores", refere, destacando também o guarda-redes Caleb. Já nos canarinhos, "o Licá é um excelente avançado e tem feito a diferença", revelando ainda a segurança do guardião Vagner e o regresso de Tony Taylor à Amoreira, "um jogador que vi na 1ª volta no Atlético e vai tornar o Estoril ainda mais forte no ataque".
AS METAS
Já sobre os objetivos das duas equipas na Liga Orangina, Franque analisa: "O Atlético já tem praticamente assegurada a permanência. Se jogasse na Tapadinha podia ser mais forte mas, nesta altura, é aquilo que o clube deve aspirar: a permanência, para ganhar experiência nesta Liga. O Estoril, se conseguir manter o equilíbrio revelado até agora, tem todas as condições para subir. O clube melhorou nos últimos anos, tem uma boa estrutura, bom estádio e condições para chegar à Liga Zon Sagres, para depois tentar manter-se por lá."
QUANDO JORDÃO E MAIS DOIS CUSTARAM 50 CONTOS AO BENFICA
Franque jogava no Sporting de Benguela quando o Benfica o descobriu numa missão de observação a Jordão. Resultado, as águias acabaram por trazer os dois e ainda Luís Doares, em 1970, tendo pago 50 contos ao Sporting de Benguela.
O jovem defesa, então, com 18 anos, passou dois anos e meio na Luz, mas não chegou a jogar na equipa principal. "Quando passei a sénior, em 1971, era muito difícil entrar na primeira equipa do Benfica, que foi campeã sem derrotas. Depois fui para o Boavista, envolvidoo na contratação do Moinhos", recorda. Estreou-se na 1ª Divisão na equipa axadresada e pensava continuar por lá, mas surgiu um contratempo - "Na idade da tropa, fui obrigado a regressar a Lisboa, para o Atlético, ao abrigo da Lei Militar, mas fiquei bem. Tinhamos uma boa equipa e o clube pagava bem, entre 20 a 30 contos por mês". Após quatro anos na Tapadinha, o Atlético desceu e Franque mudou-se para o Maritimo. Daí seguiu para o Estoril, no qual começou a jogar a lateral-esquerdo. "No Atlético alinhava a central e as pessoas perguntavam-me: como é que tu, com essa altura, podes ser central? Mas o poder de elevação era uma das minhas armas. Além disso, era bom no desarme, pelo poder de antecipação. Até fui considerado o quarto melhor defesa central do campeonato", destaca.
MEMÓRIAS - NA TAPADINHA «GARANTIMOS A SUBIDA DE DIVISÃO CONTRA O LEIXÕES»
"Fomos à Liguilha e disputámos o acesso à 1ª Divisão com o Leixões, num jogo em Julho, em pleno verão e com um calor insuportável. Estava tanta gente na Tapadinha que havia pessoas a ver o jogo junto à linha lateral. Ganhámos 1-0 e festejámos a subida. No final houve invasão de campo e foi difícil fugir aos adeptos, pois queriam ficar com as nossas camisolas. Foi uma festa incrível pelo dia fora em Alcântara, inesquecível. Depois na 1ª Divisão, fizemos boas épocas. A equipa era boa, com Azevedo, Luís Horta, Candeias, Esmoriz, Vasques, Nogueira, Norton de Matos, uma belíssima equipa. Recordo dos duelos com o Estoril e quandoo eu jogava a lateral-esquerdo pelo Atlético via-me aflito para marcar o Cepeda, um extremo baixinho mas rapidíssimo, muito dificil de travar. Passei bons anos na Tapadinha e tive pena de deixar o Atlético, mas queria continuar a jogar na 1ª Divisão. Muitos anos depois, já no final da carreira, voltei para lá, então na 2ª Divisão".
MEMÓRIAS - NA AMOREIRA «TIVE O PRIVILÉGIO DE SER TREINADO PELO JOSÉ TORRES»
"O meu precurso no Estoril foi contrário ao do Atlético, fui para a Amoreira na 1ª Divisão, desci e fiquei para conquistar a subida, conseguida logo no ano seguinte. Foi uma final inesquecível, disputada em Évora, contra o Juventude, que nessa altura tinha sempre boas equipas. O Estoril sempre foi um clube diferente, por exemplo, do Atlético; não tinha um apoio popular, até pela zona onde é, sempre foi mais um clube de elite, mas passei ótimos momentos lá. Estavam lá bons jogadores nesses anos, Amílcar, Quim que era o Cruiff de Marvila, Fernando Santos, Óscar, Clésio, Cepeda. E tive o privilégio de ser treinado por José Torres. Nessa altura, já quase com 40 anos, ele era jogadore-treinador e quando estávamos aflitos, se a coisa estivesse a correr mal, ele entrava e passávamos a jogar em 'chuveirinho' para aproveitar a sua altura na área contrária. Equanto estive no Estoril, o Atlético estava na 2ª e só o defrontei em jogos de reservas".
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